sexta-feira, 14 de maio de 2010

SARAU: O QUE DIZEM OS UMBIGOS

RUA: BARÃO DE ALAGOAS, 340 ITAIM PAULISTA, SÃO PAULO-SP

TRAGAM SEUS UMBIGOS!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

LENDAS AFRICANAS

E FOI INVENTADO O CANDOMBLÉ...




No começo não havia separação entre
o Orum, o Céu dos orixás,
e o Aiê, a Terra dos humanos.
Homens e divindades iam e vinham,
coabitando e dividindo vidas e aventuras.
Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê,
um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.
O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.
O branco imaculado de Obatalá se perdera.
Oxalá foi reclamar a Olorum.
Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo,
irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais,
soprou enfurecido seu sopro divino
e separou para sempre o Céu da Terra.
Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens
e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida.
E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.
Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados.
Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.
Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos
e andavam tristes e amuados.
Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo
que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.
Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.
Foi a condição imposta por Olodumare
Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres,
dividindo com elas sua formosura e vaidade,
ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto,
recebeu de Olorum um novo encargo:
preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás.
Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão.
De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás.
Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta,
banhou seus corpos com ervas preciosas,
cortou seus cabelos, raspou suas cabeças,
pintou seus corpos.
Pintou suas cabeças com pintinhas brancas,
como as pintas das penas da conquém,
como as penas da galinha-d’angola.
Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços,
enfeitou-as com jóias e coroas.
O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé,
pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa.
Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros,
e nos pulsos, dúzias de dourados indés.
O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas
e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais.
Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori,
finas ervas e obi mascado,
com todo condimento de que gostam os orixás.
Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e
o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê.
Finalmente as pequenas esposas estavam feitas,
estavam prontas, e estavam odara.
As iaôs eram a noivas mais bonitas
que a vaidade de Oxum conseguia imaginar.
Estavam prontas para os deuses.

Os orixás agora tinham seus cavalos,
podiam retornar com segurança ao Aiê,
podiam cavalgar o corpo das devotas.
Os humanos faziam oferendas aos orixás,
convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs.
Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos.
E, enquanto os homens tocavam seus tambores,
vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás,
enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam,
convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê,
os orixás dançavam e dançavam e dançavam.
Os orixás podiam de novo conviver com os mortais.
Os orixás estavam felizes.
Na roda das feitas, no corpo das iaôs,
eles dançavam e dançavam e dançavam.
Estava inventado o candomblé.

(Reginaldo Prandi, Mitologia dos orixás, págs. 524-528)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CANTO DE OXUM




Toquinho
Composição: Toquinho / Vinícius de Moraes

Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem-nhem-xorodô
Nhem-nhem-nhem-xorodô
É o mar, é o mar
Fé-fé xorodô...

Xangô andava em guerra,
Vencia toda a terra,
Tinha ao seu lado Iansã
Pra lhe ajudar.

Oxum era rainha,
Na mão direita tinha
O seu espelho onde vivia
A se mirar.

Quando Xangô voltou,
O povo celebrou.
Teve uma festa que
Ninguém mais esqueceu.

Tão linda Oxum entrou,
Que veio o rei Xangô
E a colocou no trono
Esquerdo ao lado seu.

Iansã apaixonada
Cravou a sua espada
No lugar vago que era
O trono da traição.

Chamou um temporal
E no pavor geral
Correu dali gritando
A sua maldição:
"epahei Iasã"

ORIXÁ: HERANÇA AFRICANA, PRESERVADA NO BRASIL



O sistema de escravidão trouxe, para o Brasil, crianças, adolescentes, mulheres e homens africanos. O tráfico se estabeleceu desde os inícios da colonização portuguesa, até o século XIX. Os escravos foram trazidos à força das mais diversas partes da África, e a senzala serviu de caldeirão, onde se misturaram crenças, línguas e etnias africanas das mais diversas.

Os negros escravos, desde a senzala, tiveram na religião o espaço da resistência. Até mesmo em pleno vigor do regime escravocrata, um modelo de culto foi-se delineando, a partir de núcleos religiosos formados por negros libertos, de origem nagô. Com o tempo, esse modelo foi-se definindo, até tornar-se hegemônico e o culto aos orixás espalhou-se pelo Brasil.

Os espaços construídos para o culto aos orixá obedeciam a um imaginário nagô, preservados a custo de lutas, sofrimentos e perseguições. As casas de culto terminaram por ficar conhecidas como terreiros e a prática religiosa, como candomblé.

Além da etnia nagô, grupos de outras origens se firmaram. Os nagôs, também chamados iorubas, no entanto, resistiram às diversas influências externas. Os usos e costumes preservados nos terreiros revelam a herança africana, que faz parte de um conjunto de traços de identidade do povo-de-santo nos candomblés do Brasil.

Os orixá, divindades africanas a quem se dirige o culto, também são tomados como arquétipos da personalidade humana, servindo de base para processos terapêuticos, entre os fiéis, adeptos e simpatizantes do candomblé, nos quartos de consulta e nos rituais de iniciação.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A MINHA NEGRITUDE


DEFENDEREI A MINHA NEGRITUDE COM TODAS AS FORÇAS
NINGUÉM PERFURARÁ O QUE SOU.
DEFENDEREI A MINHA NEGRITUDE COM AMOR
POIS SEI QUE CARREGO NA ALMA E NO CORAÇÃO
A MINHA ANCESTRALIDADE.
E DENTRO DELA A HISTÓRIA DO MEU POVO
DEFENDEREI MINHA NEGRITUDE
SEM DÓ NEM PIEDADE
POIS NÃO TIVERAM PIEDADE DOS MEUS ANCESTRAIS
AÇOITAREI COM PALAVRAS DE AMOR TODOS AQUELES
QUE ZOMBAREM DE MINHA COR, DE MINHA HISTÓRIA
DE MEU VALOR.
COLOCAREI OS PRECONCEITUOSOS NO TRONCO
DO MEU ORGULHO, POIS MEU ORGULHO É SER NEGRA
E MOSTRAREI A ELES A BELEZA DE SER.
MACHUCAREI SEUS CORAÇÕES COM LINDAS LENDAS DO MEU POVO
POIS FOI DELA QUE NASÇEU A BELEZA DESSE PAÍS.
GRITAREI AOS QUATRO CANTOS DO MUNDO
QUE NESSE MUDO, SOU NEGRA E FELIZ.
DEFENDEREI MINHA NEGRITUDE
TIRANDO A MÁSCARA, RASGANDO A CARNE
SANGRANDO TODO O TIPO DE PRECONCEITO.
DEFENDEREI MINHA NEGRITUDE, CONTANDO,
CANTANDO E DANÇANDO A MINHA COR.
E MESMO QUE NADA DISSO ADIANTE
CONTINUAREI DEFENDENDO MINHA NEGRITUDE
COM MEU CORAÇÃO CHEIO DE AMOR.

POLLYANA SANTOS

Quem sou eu

Minha foto
SOU O PAÍS QUE NASCEU DA MISTURA DE RAÇAS, MAS QUE AINDA NÃO APRENDEU A RESPEITAR E ACEITAR SUA CULTURA, SUAS RAIZES, E ATRAVÉS DESTE BUSCAREI DIVULGAR O TAMANHO DA BELEZA DESTA QUE É A NOSSA MÃE, O VENTRE QUE NOS GEROU, DIVULGAREI AS BELEZAS DE MÃE ÁFRICA.